Suas próximas ações vão ditar o destino do mundo. Tudo depende de uma escolha: você matará a princesa?
O JOGO
Slay The Princess - The Pristine Cut é um visual novel e terror desenvolvido pela Black Tabby Games e distribuído pela Black Tabby Games e Serenity Forge. Um herói se encontra em uma trilha no meio de uma floresta. Ao final dessa trilha, existe uma cabana e, dentro dela, está uma princesa aprisionada. Sua missão, ao contrário do que contam todas as fábulas encantadas, é matá-la. Pelo menos é o que diz o narrador, seu guia nessa missão, que te explica que, se a princesa não for morta, o mundo acabará. Ao encontrar a princesa, ela não aparenta ser uma ameaça. O que fazer? Matar a princesa como pede o narrador? Tentar entender o lado da moça? Arriscar que o mundo acabe e soltar a nobre mulher? Quem está falando a verdade? Essa e muitas outras questões poderão ser respondidas porque um herói se encontra em uma trilha no meio de uma floresta. Ao final dessa trilha, existe uma cabana e, dentro dela, está uma princesa aprisionada.
MINHAS IMPRESSÕES
Se você gosta de visual novel, você tem que jogar Slay The Princess. Se você não gosta de visual novel, também tem que jogar Slay The Princess. Digo isso pelo simples motivo de levar o gênero para outro nível, tornando uma experiência única e memorável. Muitas vezes, quando você joga algo desse gênero, você tem alguns caminhos predefinidos e suas escolhas muitas vezes são limitadas e não tiram você do trilho. Em Slay The Princess, cada ação pode mudar completamente o rumo da história, criando ramificações que te levarão à um desfecho diferente. O que faz esse jogo ser tão bom é como ele pega o gênero visual novel e transforma num RPG de mesa, onde você escolhe suas ações e elas têm consequências. Curiosamente, um dos personagens do jogo se chama literalmente narrador, o que reforça ainda mais essa ideia. E é impossível não querer fazer cada rota da história mais de uma vez escolhendo diferentes respostas e ações pra ver qual o resultado. A história tem sua profundidade filosófica, com muitas reflexões sobre diversos assuntos, o que a princípio pode parecer só devaneios, mas que vão te fazer pensar em alguns tópicos. A arte do jogo é simplesmente sensacional. Cada quadro é desenhado num estilo de arte único e muito estilizado, o que mostra muita personalidade. O jogo está em Português-Brasil, o que é maravilhoso, visto que o jogo é basicamente texto e muitos jogos nesse estilo afastam os não falantes da língua inglesa se não tiver uma tradução. Eu recomendo que jogue de fone, pois os efeitos sonoros e músicas do jogo te colocam no clima do que está acontecendo, mas mais do que isso, a dublagem de Slay The Princess é divina. Todos os profissionais que trabalharam colocando sua voz nos personagens estão de parabéns, porque eles conseguem transmitir exatamente o que o personagem quer transmitir, principalmente a princesa que, honestamente, deu até um frio na espinha em alguns momentos. The Pristine Cut adiciona muito conteúdo novo ao jogo, que já possuía muita coisa. Alguns novos capítulos, algumas novas rotas a serem tomadas e muitas mortes lhe esperam. Estou evitando falar do que você pode encontrar no jogo pois é uma experiência que deve ser vivida. Um terror que não usa sustos, mas que te deixa atento e com medo de errar em suas escolhas. Tentar cada opção, ler cada diálogo, morrer das formas mais brutais e grotescas deve ser experimentado.
CONQUISTAS
Como o jogo possui muitas rotas, escolhas e finais, naturalmente, teremos conquistas para grande parte delas. O que significa que você terá que explorar todas as histórias ao máximo, fazendo todas as escolhas possíveis para ver diferentes cenas e finais. Como existe um recurso que te mostra tudo que você já explorou na história, fica mais fácil descobrir os caminhos que faltam ser descobertos. Se você já estava curioso sobre tomar caminhos diferentes dos que tomou inicialmente pra saber o que acontece, naturalmente você conseguirá todos eles. Apesar de trabalhoso, o jogo é primoroso em sua narrativa e você vai querer acompanhar tudo, mas sempre é possível pular os diálogos e ver somente o que for novidade, não deixando maçante a busca pelo 100% das conquistas.
CONCLUSÃO
Enquanto jogava Slay The Princess, eu tentava lembrar que outro jogo me deu uma sensação parecida, um sentimento de livre escolha, mas que sempre vai me surpreender a cada passo que tento dar. Foi então que eu lembrei: The Stanley Parable. Ambos tem a mesma ideia, um narrador que quer te guiar para um caminho, mas que, obviamente, não vai ser obedecido sempre. Muitos outros elementos são muito similares e não estou comparando eles, muito pelo contrário, cada um faz muito bem no seu próprio estilo. Gosto de jogos sagazes, que te tiram do lugar comum e te fazem experimentar coisas que outros gêneros não vão te fazer viver. Slay The Princess - The Pristine Cut transborda ótimo trabalho por todos os cantos: jogabilidade, som, arte, história, enfim, tudo se combinando pra criar uma atmosfera única. É uma verdadeira obra de arte interativa e que te deixa instigado a querer mais, ver tudo que é possível, descobrir novos rumos para a história e se surpreender com tudo que lhe é oferecido. Definitivamente, é um jogo maravilhoso.
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