Review: Commandos: Origins
- @brunosbom
- há 6 dias
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O boina verde está de volta, em uma história de origens, o esquadrão Commandos é reunido em suas primeiras aventuras.
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HISTÓRIA
A narrativa de Commandos: Origins nos leva de volta à Segunda Guerra Mundial, explorando diversos cenários icônicos desse período histórico, como a ocupação da Noruega, as fronteiras da Alemanha e o deserto do Norte da África.
Tudo começa em junho de 1940, quando o sapador Thomas Hancock é encarregado de formar uma nova unidade especial chamada “Commandos”. Durante sua jornada, ele recruta diversos soldados talentosos, entre eles o lendário Sargento Jack O’Hara, o inesquecível Boina Verde da franquia.

Juntos, eles formam uma equipe de elite composta por seis especialistas: Boina Verde, Sapador, Atirador de Elite, Fuzileiro, Espião e Motorista. Suas missões variam de sabotagem a infiltração e resgate, levando o jogador a participar de operações no Ártico, na África e na Europa.
A história é contada de forma direta, sem exageros narrativos, mas com bastante personalidade. As cutscenes são muito bem produzidas, e o tom cinematográfico das cenas de abertura é digno de destaque. O jogo consegue equilibrar bem o drama da guerra com a sensação clássica de estar participando de uma missão impossível.
GAMEPLAY
É aqui que Commandos: Origins brilha. A fórmula clássica foi mantida, mas com uma boa dose de refinamento. Cada missão exige raciocínio tático, paciência e observação. A dinâmica se baseia em dar comandos precisos e planejar cuidadosamente cada passo do seu esquadrão, usando os pontos fortes de cada personagem.
O jogo conta com 14 missões principais, cada uma com seus próprios objetivos e tarefas opcionais. Podemos escolher entre uma abordagem letal ou totalmente pacifista, o que abre espaço para múltiplas formas de jogar. É possível concluir quase todas as missões sem matar um único inimigo, o que, além de ser um desafio interessante, também está relacionado a conquistas específicas do jogo.
Entre os personagens, o Boina Verde continua sendo o ícone principal, especialista em combate corpo a corpo e infiltração. O Sapador, por sua vez, é responsável por criar armadilhas e abrir caminhos. O Atirador de Elite é essencial para eliminar alvos distantes, enquanto o Espião permite acessar áreas restritas disfarçado. Cada integrante é vital para o sucesso da equipe.

Uma das novidades mais interessantes é a possibilidade de planejar ações simultâneas entre os personagens. O jogador pode pausar o tempo e programar comandos sincronizados, permitindo ataques coordenados ou distrações combinadas.

Esse recurso já existia em jogos inspirados em Commandos, como Desperados III e Shadow Gambit, mas ver essa mecânica de volta à franquia original é algo muito satisfatório.
O nível de desafio é alto e, em alguns momentos, punitivo. O jogador precisa ser criativo e observador, utilizando o cenário a seu favor, escondendo corpos e explorando rotas alternativas. É o tipo de jogo que exige atenção e estratégia a cada segundo.
VISUAL E SOM
A direção de arte é um dos pontos mais fortes do jogo. Os cenários são ricos em detalhes e retratam com precisão o clima das frentes de batalha da Segunda Guerra. O deserto africano, as vilas europeias e as bases nazistas têm uma estética que equilibra realismo e clareza visual, algo essencial para o gênero.
As cutscenes são impressionantes e ajudam a construir a atmosfera do jogo. O Boina Verde, por exemplo, mantém toda a sua postura imponente e personalidade marcante, lembrando um herói de filme dos anos 80.
O som também cumpre seu papel de forma excelente. As vozes dos personagens são icônicas e cheias de carisma, com frases marcantes que resgatam a nostalgia dos jogos clássicos. A trilha sonora é discreta, mas cria a tensão perfeita durante as missões.
ACHIEVEMENTS
O sistema de conquistas de Commandos: Origins é, infelizmente, um dos pontos menos amigáveis do jogo. Há conflitos entre objetivos que exigem estilos de jogo opostos, como eliminar todos os inimigos ou concluir as missões sem matar ninguém. Isso obriga o jogador a refazer várias fases para alcançar o 100%, tornando o processo cansativo.
Para quem gosta de platinar ou completar tudo, o jogo pode ser frustrante. As conquistas parecem pensadas mais para desafiar a paciência do que para recompensar a dedicação.
TRAILER OFFICIAL
CONCLUSÃO
Jogar Commandos: Origins é como voltar para casa depois de muitos anos. Como fã do gênero e criador de conteúdo no canal TV Estratégia, especializado em jogos de estratégia e tática, posso dizer que essa experiência foi especial. Commandos sempre foi uma das minhas franquias preferidas, e ver um retorno digno é algo que me deixou bastante satisfeito.
Ainda assim, é importante dizer que o jogo não chega ao mesmo nível técnico de obras recentes da Mimimi Games, como Desperados III e Shadow Gambit. Esses títulos elevaram o padrão do gênero a um novo patamar, e Commandos: Origins parece estar um pequeno passo atrás. Mesmo assim, ele honra o legado da franquia com respeito e entrega uma experiência sólida e nostálgica.
Commandos: Origins é um retorno honesto e competente a uma das franquias mais respeitadas do gênero Real Time Tactics. Ele não revoluciona o formato, mas respeita suas origens e entrega exatamente o que os fãs esperavam: missões desafiadoras, personagens marcantes e aquela sensação constante de tensão e planejamento.
Apesar de alguns problemas técnicos, da curva de aprendizado mais longa e de um sistema de conquistas questionável, o jogo se mantém como uma das melhores opções recentes para quem ama tática e estratégia em tempo real.
É um tributo digno à franquia que ajudou a definir o gênero. Mesmo que não atinja o mesmo refinamento dos títulos mais modernos, Commandos: Origins prova que a velha guarda ainda sabe como conquistar o campo de batalha.
NOTA:85/100
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