Review: Once Upon A KATAMARI
- @brunosbom
- há 2 dias
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Quando Katamari rolar o mundo inteiro vira um passatempo cósmico.
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Certos jogos têm o poder de tirar a mente do estresse do dia a dia, e Once Upon a Katamari faz exatamente isso. A série, lendária desde o PlayStation 2, retorna com toda sua essência caótica e criativa. Aqui, nossa única preocupação é fazer a bola crescer até proporções inacreditáveis.
Para quem não conhece a franquia, “Katamari” em japonês significa “bola” ou “aglomerado”. No contexto do jogo, é uma esfera mágica e adesiva que o protagonista, o pequeno Prince, deve rolar até grudar tudo o que encontra pelo caminho. Começamos com objetos minúsculos como clipes de papel e balas, e terminamos absorvendo casas, montanhas e até planetas.

O enredo segue o clássico tom nonsense da série. O King of All Cosmos, em mais um dos seus acidentes cósmicos, destrói o céu, e cabe ao Prince reconstruí-lo rolando catamaris gigantes que se transformarão em estrelas. O jogador tem um tempo limite em cada fase para atingir o tamanho ideal, e o rei avalia o resultado de maneira sempre cômica e exagerada.
Depois de quase 15 anos sem um título inédito, a franquia retorna em grande estilo, mantendo sua alma excêntrica e charmosa.
GAMEPLAY
A jogabilidade continua sendo o grande destaque. Once Upon a Katamari preserva a simplicidade e o charme da série, mas adiciona novas ideias que renovam a experiência. Agora é possível viajar no tempo, passando por períodos como a Era do Gelo, o Japão Feudal e até o Jurássico.
Há também novas ferramentas, como o ímã, que atrai objetos próximos, e um sistema de customização ampliado, permitindo personalizar o príncipe e seu catamari. Outra grande adição é o modo cooperativo Katamari Ball, que permite até quatro jogadores online ou offline.

Os desafios variam entre crescer o máximo possível, atingir um tamanho específico ou fazer isso no menor tempo possível. Cada fase traz uma combinação de objetos e obstáculos que tornam o processo sempre divertido e inesperado.
Once Upon a Katamari mantém a essência caótica da série, mas agora com um refinamento moderno. O controle é fluido, o ritmo é viciante e a curva de aprendizado é praticamente inexistente — qualquer pessoa pode pegar o controle e sair rolando o mundo sem esforço.
VISUAL E SOM
Visualmente, o jogo é uma explosão de cores e criatividade. Cada cenário é único e repleto de pequenos detalhes, com elementos absurdos que se misturam de forma hilária. O estilo artístico continua cartunesco, mas com texturas mais nítidas, iluminação aprimorada e uma fluidez impecável que dá vida ao caos característico da franquia.

A trilha sonora é outro espetáculo à parte. Once Upon a Katamari mantém a tradição de misturar pop japonês, jazz, sons eletrônicos e vocais inusitados. É impossível não se pegar cantarolando as músicas durante as fases. Os efeitos sonoros, desde o som de objetos grudando até as reações do rei, complementam o humor e o ritmo frenético do jogo.
ACHIEVEMENTS
Aqui, o jogo deixa um pouco a desejar. As conquistas são bastante repetitivas e pouco inspiradas. Basicamente, tudo gira em torno de coletar todas as coroas em cada cenário. Algumas delas são bem trabalhosas, e o sistema não incentiva a exploração natural. É perfeitamente possível terminar o jogo sem desbloquear nenhuma conquista, o que vai contra a ideia de gamificação que sempre acompanhou a série. Esse aspecto enfraquece um pouco a sensação de progressão e recompensa.
TRAILER OFFICIAL
CONCLUSÃO
Como alguém que conhecia a franquia desde criança, mas mais por assistir amigos jogarem do que por jogar de fato, foi uma surpresa redescobrir Katamari nesse retorno. A energia criativa continua inalterada. É impressionante como tudo parece não fazer sentido, mas de alguma forma dá certo. Rolando a bola e vendo o mundo inteiro ser engolido por ela, fica claro que poucos jogos conseguem capturar essa sensação de pura alegria e insanidade controlada.
Once Upon a Katamari é um retorno cheio de charme, criatividade e nostalgia. O jogo mantém o espírito caótico e alegre que tornou a franquia um clássico, enquanto adiciona novas ideias que ampliam o potencial da fórmula. Visualmente vibrante, musicalmente impecável e com uma jogabilidade simples e cativante, ele é o tipo de experiência que arranca sorrisos genuínos.
Mesmo com um sistema de conquistas pouco inspirado e algumas fases que poderiam ser mais desafiadoras, o resultado final é uma celebração do que torna Katamari único: um jogo sobre transformar o absurdo em diversão pura.
NOTA:89/100
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